quarta-feira, 29 de março de 2017

Brunhoso: apontamentos históricos

E já que Brunhoso anda por aqui na berra, aí vão alguns apontamentos históricos da aldeia. Tenho intenção de fazer brevemente uma visita ao castro e ao Poio, mas vou necessitar de guia.

Vista a partir do "Forno dos Mouros".

A página "Brunhoso.net" tem uma teoria engraçada acerca da origem do topónimo, para a qual fui alertado pelo meu amigo eng.º António Magallhães. Com o devido respeito, a teoria é só isso mesmo: engraçada. Mas, adiante. Nos "Tombos da Ordem de Cristo" (1507), o nome da aldeia surge grafado como "Bruinhoso". No foral manuelino de Mogadouro (1512), aparece-nos "Brinhoso". É esse mesmo documento que nos informa que Brunhoso era "vilar novo", ou seja, uma aldeia pequena.
No recenseamento de 1530, Brunhoso tinha 41 moradores, a que deveriam equivaler cerca de 160 pessoas (utilizando o factor de multiplicação por 4, pois a expressão "moradores" refere-se apenas aos chefes de família).
Em 1758, o padre Joachim informa-nos que habitavam a aldeia significativas 330 almas. Os frutos que ali se colhiam naquela época eram trigo, centeio, serôdio, vinho "mediano", azeite "menos de mediano" e linho. Criava-se gado bovino, ovino, caprino e capões (nos arrabaldes, havia fartura de caça miúda, além de lobos e raposas). O cura informa-nos que as oliveiras da beira do rio rendiam mais, mas davam muito trabalho (que novidade!).
Finalmente, em 1796, moravam em Brunhoso 289 almas (139 homens e 150 mulheres), distribuídas por 85 fogos. Desses, 3 eram eclesiásticos seculares, 1 era barbeiro, 4 exerciam a actividade de alfaiate, 3 eram sapateiros e 4 carpinteiros. Havia apenas 1 ferreiro e 3 pastores.