domingo, 23 de abril de 2017

Outro lagar rupestre em Urrós

A dica proveio do meu habitual guia em Urrós: ti Bárrios. Disse-me que ti Zé Maria (gaiteiro) conhecia outro lagar rupestre para além do "Lagarico" de que já aqui falei. Nem de propósito, quando conversava acerca disso com o Victor Lopes, apareceu ti Zé Maria. Combinámos para domingo à tarde e lá fomos. O local, como de resto todos os sítios virados para o Douro, é lindíssimo. Mas, faz lembrar a expressão "onde o Judas perdeu as botas"! De qualquer modo, sem guia conhecedor e sem um bom veículo TT é impossível aceder ao dito lagar.


 O lagar situa-se na zona conhecida por "Bouça" que, segundo ti Zé Maria, foi local de plantio de vinha, podendo, inclusive, encontrar-se vestígios dessa cultura nas redondezas.

No percurso da subida, parámos nas imediações do castro do Picão de Bouça d'Aires para ver esta pedra (a que chamam, em Urrós, "pedra parideira"), sujeita a erosão alveolar (fenómeno geológico vulgarmente designado por "tafoni"), semelhante a muitas que se encontram um pouco por todas as arribas do Douro Internacional.
No final da jornada, houve tempo para beber uma mini fresquinha num dos cafés da aldeia e de dar dois dedos de conversa com o mestre gaiteiro. Depois, rumámos até sua casa, onde a sua simpática e amorosa esposa nos agraciou com umas saborosas fatias de "bolo mulato", confeccionado pela filha, e ele nos falou sobre as suas gaitas-de-fole.
Fica aqui um grande bem-haja ao Victor pela disponibilidade para nos acompanhar com a sua carrinha, sem a qual não teríamos conseguido descer até ao lagar.